Woody Allen é um talhante judeu e neurótico (como não podia deixar de ser) que, farto das facadas no matrimónio da sua mulher (uma provocante e espantosa Sharon Stone), a mata durante uma discussão e resolve colocar os pedaços cortados perto de uma aldeia esquecida por todos, no México.
No entanto, um solavanco do camião e uma das mãos da morta vai parar a outro lado que não o desejado buraco. Uma cega apanha-a e os milagres começam nesse pequena aldeia, que de súbito se vê catapultada para as bocas de todo o mundo, através da mão santa, que os fiéis crêem ser da Virgem Maria, apesar da posição pouco ortodoxa que os dedos da defunta teimam em manter.
A juntar a isto, temos um padre sem fé, uma prostituta com dúvidas acerca da sua carreira, um polícia muito duro e vários homens de negócios que sonham ver as coisas mais brilhantes para os seus bolsos. Estes personagens são interpretados respectivamente por David Shwimmer, Maria Grazia Cucinotta e Kiefer Sutherland.
Entre cenários picarescos e histórias hilariantes de desejos e sonhos bem humanos, perpassa um toque de loucura e de crítica social bem ao género de Woody, se bem que aqui ele não esteja no auge da sua carreira como autor, apesar de ser um papel que sobre o qual já tem alguma experiência. Nesta comédia, Woody Allen limita-se a ser dirigido por Alfonso Arau, conhecido pelos filmes ‘Como água para chocolate’ entre outros, e produzido por Paul L. Sandeberg.
No entanto, esta é uma comédia para ver mais do que uma vez, porque a riqueza de pormenores escapa por vezes quando se tenta seguir a história.