A alfarroba (do árabe al karrub, a vagem), é o fruto da alfarrobeira Ceratonia siliqua.
Primeiras referências
Já no antigo Egipto existem referências de aplicação das sementes de alfarroba, para a preparação de múmias pois foram, encontrados vestígios de vagens em túmulos. A semente foi, durante muito tempo, uma medida utilizada para pesar diamantes pois o seu seu peso sempre igual com as unidades de medida existentes à época. A unidade quilate (carat) era o peso de uma semente de alfarroba.
Pensa-se que a alfarrobeira terá sido trazida pelos gregos da Ásia Menor e existem indícios de que os romanos mastigavam as suas vagens secas, muito apreciadas pelo seu sabor adocicado. Como várias outras platas, a alfarrobeira terá sido levada pelos árabes para o Norte de África, Espanha e Portugal.
Na alfarroba tudo pode ser aproveitado, embora a sua excelência esteja ainda ligada à semente, donde é extraída a goma, constituída por hidratos de carbono complexos (galactomananos), que têm uma elevada qualidade como espessante, estabilizante, emulsionante e múltiplas utilizações na indústria alimentar, farmacêutica, têxtil e cosmética.
A semente representa apenas 10% da vagem e o que resta – a polpa – tem sido essencialmente utilizado na alimentação de animais .
A farinha de alfarroba é a fracção obtida pela trituração e posterior torrefacção da polpa da vagem.
Alguns estudos mostram a redução de tumores em humanos com o consumo de alfarroba. E outros estudos realizados com diabéticos mostrou igualmente a redução do índice glicémico com o consumo de alfarroba.
A quem se destina a alfarroba?
- aos que buscam hábitos saudáveis, que incluam nutrientes funcionais
- aos diabéticos, hipertensos e com risco de doença cardiovascular
- a todos que desejam emagrecer
- às pessoas que são alérgicas ao chocolate e/ou cafeína
Elementos nutricionais funcionais A vagem da alfarroba e extrato das folhas contém agentes antiproliferativos (do cancro) que podem ter ação importante do desenvolvimento de alimentos funcionais ou drogas quimio-preventivas 6,28 mg/g folhas e 1,36 mg/g o extrato .
Observou-se também a presença de epigalocatequinas, epicatequinas e proantocianidinas, substâncias bastante antioxidantes
Características e composição
A alfarroba contém, em média:
- 48-56% de açúcar (sacarose, glucose, frutose e manose)
- 18% de fibra (celulose e hemicelulose)
- 0,2-0,6% de gordura
- 4,5% de proteína (352 mg/100 g) cálcio.
Aplicação culinária
Se o seu objetivo for substituir o chocolate, deve-se adicionar uma pitada de canela. O cacau e a farinha de alfarroba, tendo algumas semelhanças no sabor e na cor, são produtos diferentes, que têm que ser avaliados pelas suas características próprias e não apenas por comparação.
Ao utilizar a farinha de alfarroba numa receita, é preciso retirar 1/4 da quantidade de açúcar, adicionar um pouco mais de gordura e 1 ou 2 colheres de sopa a mais de líquido. Isto devido ao elevado conteúdo de fibras e baixo teor de gorduras, se comparada com o cacau.
As suas fibras são muito hidrófilos, ou seja, absorvem uma boa parte do líquido da receita (por este motivo os bolos com alfarroba mantêm-se macios por mais tempo).