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    Alimentação diferente para cada pessoa

    Alimentação equilibrada

    A necessidade de um artigo deste género passa por uma reflexão cuidada sobre o muito que se fala sobre dietas e alimentação.

    E a primeira conclusão a que cheguei é a que não há verdades absolutas nem modelos bons e iguais para toda a gente: o bom alimento para A pode ser um veneno para B e vice-versa, uma dieta para redução de peso funciona numa obesa de 30 anos de ombros largos, entroncada e extrovertida com poucas gorduras na metade inferior do corpo e já não funciona numa obesa de 30 anos, pálida, introvertida, de tronco estreito, anca larga, muita celulite e que se cansa facilmente.

    Porque é que se fizermos a mesma dieta a ambas, uma emagrece, outra não e sente-se sem energia, ficando até com um certo grau de anemia e tem de interromper a dieta?

    O que será preciso equacionar aqui? Apenas a contagem das calorias? E o factor terreno, ou seja, qual a condição da pessoa? O que se tem de perceber primeiro, quando temos um obeso à frente, é que tipo de pessoa é e como chegou àquela condição.

    A condição do excesso de peso tem de ser encarada como aquilo que na realidade é: uma condição tóxica que tem de ser eliminada, através de uma bem sucedida dieta de transição – esta sim, diferente para cada tipo de pessoa e a chave para a perda e estabilização do peso: o organismo vai estabilizar entre novos parâmetros, adaptando-se harmoniosamente a eles.

    O que faz uma pessoa tomar o rumo para a obesidade e outra para a magreza? Há, de facto, factores hereditários que têm algum peso, mas não são determinantes: os ambientais sim, e se uma criança antes dos 10 anos for excessivamente alimentada e engordar, depois dos 10 anos será mais fácil dirigir-se para a obesidade em vez de tomar o caminho do equilíbrio.

    Um organismo bem equilibrado significa que o organismo está igualmente em forma em todos os aspectos. Por exemplo, uma pessoa com um estômago forte, mas com um coração fraco, ou com um coração forte, mas um fígado fraco, ou alguém que é forte e energético, mas que de repente morre de ataque cardíaco não estava bem equilibrado.

    É interessante ver que os nossos órgãos internos não estão sempre em sintonia uns com os outros; quando um dado órgão é excessivamente forte, enfraquecerá um outro órgão ou até causará dano a um outro. Seria bom se todos os nossos órgãos internos pudessem ser igualmente alimentados ou até igualmente superalimentados, porque neste caso, seríamos muito fortes e viveríamos mais tempo uma vida feliz. Infelizmente, isto nunca aconteceu no passado e não acontece hoje, até nos países ditos desenvolvidos; pelo contrário, há muito mais casos de diabetes, hipertensão, cancros, obesidade, gota, etc.; tudo isto aponta para o facto do nosso organismo estar sobrealimentado, mas não equilibrado. Isto significa que os nossos órgãos internos não estão nutridos de uma forma homogénea.

    De acordo com a teoria Chinesa de órgãos internos, quando o estômago e o baço são supernutridos, enfraquecem os rins e a bexiga; quando os rins e a bexiga são supernutridos, enfraquecem os pulmões e o intestino grosso; quando os pulmões e o intestino grosso são supernutridos, enfraquecem o fígado e a vesícula biliar; quando o fígado e a vesícula biliar são supernutridos, enfraquecem o estômago e o baço.

    Sob circunstância normais, comemos o que mais gostamos, e a boca é o juiz final das nossas preferências, e assim, comemos de acordo com o nosso paladar imposto pela língua ou pela boca. Mas a boca é apenas um representante do estômago; ela não representa outros órgãos, tais como o fígado, o coração ou os pulmões.

    Idealmente, todos os órgãos internos devem possuir representação igual na boca para garantir equidade na selecção dos alimentos, como num sistema político democrático, no qual as regiões da nação devem ter representação no governo central. Já não existe representação igual dos órgãos internos na boca, comemos exactamente para dar prazer à boca e ao estômago que ela representa. Poucos se preocupam que comamos apenas por prazer e para ganhar peso. Comemos mais facilmente e em maior quantidade os alimentos mais agradáveis para a boca e para o paladar do que todos os outros.

    Por exemplo:

    • os alimentos amargos são bons para o coração, mas raramente os comemos, porque não são agradáveis para a boca;
    • os alimentos picantes são bons para os pulmões, mas não os comemos tão frequentemente quanto os alimentos doces, porque não são particularmente agradáveis para a boca;
    • os alimentos salgados são bons para os rins e para a vesícula biliar, mas particularmente não gostamos deles, porque não são muito agradáveis para a boca;
    • os alimentos amargos são bons para o fígado e para a vesícula biliar, mas não os comemos frequentemente, porque não são particularmente agradáveis para a boca.

    Em resumo, comemos apenas para dar prazer à boca e ao estômago, o que significa desfrutar o sabor e ganhar peso como um resultado óbvio. Isto costumava ser bom no passado quando os nossos estômagos eram subnutridos devido à pobreza, mas hoje, na sociedade rica moderna, torna-se perigoso.

    O que é que a Medicina Tradicional Chinesa acrescenta à Medicina Ocidental na Obesidade e nas dietas?

    O conceito de desequilíbrio individual de cada paciente e o factor terreno – a condição resultante de uma variedade de factores que o conduziram à situação de obesidade presente. O estabelecimento de um diagnóstico energético, físico, mental e emocional correctos.

    Perceber que a contagem de calorias conta pouco, mas o que realmente importa são os alimentos que aquele doente deve evitar e como combinar os outros, de modo a que todos os seus órgãos internos entrem em sintonia energética, por um lado; por outro lado, através da acupunctura, controlar o stress, estabilizar o humor, regular o sono, abolir quebras bruscas da glicémia que fazem com que às vezes haja a tal necessidade urgente de um doce que pode estragar tudo (quando apenas conta a contagem das calorias), e através das ervas chinesas (Fitoterapia), potenciar a acção reguladora da Acupunctura.

    Em conclusão, não há dietas boas para toda a gente: as dietas para perder peso devem ser individualizadas depois de avaliar correctamente a condição da pessoa que temos à frente (factor terreno). É importante que esse indivíduo que está à nossa frente perceba que tem de mudar os seus padrões de comportamento alimentar e estilo de vida, optimizando o seu discernimento emocional, mental e espiritual. O exercício físico moderado e técnicas de relaxamento são fundamentais.

    Uma dieta individualizada e equilibrada avalia a condição simultânea de excesso e deficiência do indivíduo (factor terreno), e lentamente, através de uma correcta combinação de alimentos tendencialmente mais pobres em proteína e gordura animal e com um índice glicémico mais elevado, vai diminuindo os stocks de gordura, a água (os edemas) e vai criar a tal constituição mais seca e quente que vai estabilizar o peso.

    A acupunctura e as ervas chinesas conjugadas com um bom diagnóstico médico de cada condição de obesidade, constituem uma mais valia importante pois ao restabelecer um padrão mental e emocional mais harmonioso, têm uma acção facilitadora do emagrecimento e do regresso ao equilíbrio.

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