Nas trevas do satanismo, uma realidade bem presente

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Nas trevas do satanismo, uma realidade bem presente
Nas trevas do satanismo, uma realidade bem presente

Sacrifícios humanos, orgias sexuais, gatos pretos, velas, escuridão, sangue, são alguns dos nomes ligados ao culto do Satanismo.

Com uma história longa, o Satanismo continua ainda a ser uma realidade bem presente.

O satanismo

As seitas satânicas são já muito antigas, e estiveram sempre ligadas a actos pagãos e hereges. Numa primeira fase, ainda antes do Cristianismo, esses cultos eram dirigidos aos deuses, mas após o Cristianismo traduziram-se por mostrarem ideias opostas a este. As missas negras, fortemente relacionadas com o Satanismo, ocorreram há muitos séculos atrás, mas hoje sabe-se que as mesmas revelavam apenas uma realidade contraditória ao Cristianismo e pouco mais.

Tratava-se de um simples acto de blasfémia, e anti cristianismo, tendo ocorrido a primeira missa negra no século XVII, por Madame Voisin, na qual a mesma receitava porções de veneno e praticava rituais macabros. Seria, mais tarde, queimada em praça pública.

O Satanismo, nessa altura, era o rótulo colocado automaticamente a qualquer pessoa que não fosse fiel ao Cristianismo, ainda que a maioria da sociedade rejeitasse este tipo de pessoas, a verdade é que a maioria dela recorria às praticas de bruxedo ou feitiçaria para muitos aspectos da sua vida.

O Cristianismo era institucionalizado como o correcto, mas o Satanismo, e os atos a ele ligados, como crenças camufladas, repelentes, não eram ignorados por ninguém.

O “Hell Fire Club”, criado no século XVIII, por Sir Francis Dashwood, foi a primeira verdadeira instituição, se é que assim lhe podemos chamar, do Satanismo, embora estivesse ainda regida por ideias bem diferentes das da actualidade. Esta “instituição” viria a ser extinta, após o rei George I tomar conhecimento das práticas e rituais que a mesma proclamava.

Ainda que no passado não haja um registo credível de instituições satânicas, e as que existiram foram extintas, ou então afirmavam nada ter a ver com esse culto, estes factos não nos podem levar a pensar que não houve pessoas filiadas a cultos satânicos.

A História já teve oportunidade de nos demonstrar o contrário, que existiam pessoas adeptas do Satanismo, e que possibilitaram a proliferação deste culto por diversos meios sociais, quase como se de uma teia se tratasse, quer fosse de forma isolada ou a partir de pequenos grupos.

Atualmente, quando se fala em culto satânico, vem-nos logo à ideia cemitérios e campas violadas, sacrifícios humanos, banhos de sangue, orações macabras, bruxedos de alto teor maléfico, velas, escuridão, enfim, o mal no seu expoente máximo.

A força com que o Satanismo se impôs na sociedade mundial é de tal ordem, que existem mesmo aquilo que os fiéis do culto declararam ser os nove pecados satânicos: a estupidez, pretensão, solidão, decepção, conformidade, falta de perspectiva, o esquecimento de ortodoxias passadas, orgulho e a falta de estética. Este culto possui ainda declarações de origem satânica, que funcionam como uma filosofia de vida, uma luz para guiar os seus adeptos.

Desta feita, as declarações argumentam que:

  • “Satã representa indulgência em vez de abstinência”;
  • “Satã representa existência vital, em vez de sonhos espirituais”;
  • “Satã representa sabedoria pura, em vez da auto-ilusão hipócrita”;
  • “Satã representa vingança, em vez de virar a outra face”;
  • “Satã representa bondade para quem a merece, em vez de amor desperdiçado aos ingratos”;
  • “Satã representa responsabilidade para o responsável, em vez de se ligar a vampiros espirituais”;
  • “Satã representa o homem como um outro animal, algumas vezes melhor, mais frequentemente pior do que os outros que caminham de quatro, porque em seu divino desenvolvimento espiritual e intelectual, se tornou o animal mais viciado de todos”;
  • “Satã representa todos os denominados pecados, pois eles se direccionam para uma gratificação física, mental e emocional”;
  • “Satã tem sido o melhor amigo que a igreja já teve, pois ele cuidou dos seus negócios todos estes anos”.

Na vida moderna, o Satanismo tem vindo a infiltrar-se em áreas impensáveis. No rock, por exemplo, o Satanismo tem sido motivo de muita controvérsia e discussão. Foram já muitos os grupos, a maioria deles conceituados, de incitarem os seus fãs a rituais satânicos a partir das suas letras: Rolling Stones, Beatles, Ozzy Osbourne, Led Zeppelin, Eagles, Iron Maiden, Kiss, Ac/Dc, entre outros. Associado à rebeldia, irreverência, e à fuga dos padrões sociais habituais, o rock tem sido um importante meio para passar a mensagem satânica ou, simplesmente, para provocar as mentes mais conservadoras da sociedade.

A incitação ao suicídio ou ao culto satânico em letras gravadas, que quando ouvidas ao contrário possuem uma mensagem facilmente identificada e descodificada de teor satânico, tem também causado uma enorme polémica em torno desta questão.

É o caso de uma das letras dos Eagles, “Hotel California”, que quando ouvida de trás para a frente permite a audição de frases como “Yes Satan!”. Todavia, foi sobre Led Zepppelin que recaíram as maiores acusação a este nível, registando-se este tipo de mensagens em muitas letras quando ouvidas de forma inversa.

O Satanismo conserva também diversos dias de celebração e festa, celebrados com uma ritual especial para os satânicos:

  • o dia do aniversário deve ser celebrado com um ritual especial, em grupo, com familiares, sendo este o feriado satânico mais importante, mas existem muitos outros dias dignos de celebração:
  • no equinócio de Primavera, a 21 de Março, ano novo satânico, ou a base de tudo, em que a altura é de reflexão sobre tudo aquilo que se fez até então;
  • o Beltane ou Walpurgisnacht, a 30 de Abril, dia de luxúria e indulgência, sendo este um dia totalmente destinado ao prazer em todas as suas formas;
  • a 21 de Junho, o dia de celebração do próprio senso de humor.
  • Outros dias são também motivo de celebração para o Satanismo, como é o caso do Lughnasad, a 31 de Julho, dia de celebração de ser o predador, e não a presa;
  • no equinócio de Outono, a 21 de Setembro, em que é o tempo de reflexão sobre si mesmo;
  • o Halloween ou All Hollows Eve ou SamHain, a 31 de Outubro, o Festival do Fogo, o momento de serem cobradas as dívidas e de surgir a vingança com rituais de destruição, maldições e vingança;
  • a 21 de Dezembro, a celebração de se emancipar a si mesmo, sendo este o dia de expressão da divindade humana;
  • e o Imbolc ou Candlemas, a 31 de Janeiro, dia de indulgência, satisfação e fertilidade.

A verdade é que sempre que falamos de rituais satânicos vêm-nos à mente realidades bem distintas, como massacres humanos, cemitérios devastados, campas violadas, muito sangue, sofrimento, suicídio e morte. Todavia, acredite que os adeptos do Satanismo por todo o mundo são muitos mais do que possa imaginar, lá longe, ou aí, bem perto de si!

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