A história da pílula e a sua evolução ao longo dos tempos

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A história da pílula
A história da pílula

A pílula é o método de contracepção considerado, invariavelmente, como o mais eficaz, conheça agora a história da pílula e a sua evolução ao longo dos tempos.

Considerado como o mais eficaz método contraceptivo, a pequena pílula tem uma história curta, mas marcada por muita polémica, alguma até bastante recente, se recordarmos as palavras do bispo timorense D. Ximenes Belo, acerca da entrega da pílula em Timor.

A história da pílula

Há vinte anos atrás, a escolha do uso da pílula ainda se fazia segundo a eficácia dos métodos. Muitas mulheres achavam que esta causava esterilidade ou aumentava os riscos de doenças cardiovasculares e cancros, o que está provado não acontecer.

A pílula funciona anulando a produção de hormonas de estrogénio e progesterona, à semelhança do que acontece durante a gravidez, bloqueando desta forma a produção de óvulos.

Os anos trinta marcaram a génese da contracepção oral, pelas mãos do químico americano Russel Marker, que descobriu uma substância esteróide, eficaz no alívio dos sintomas menstruais. Uma década depois, conseguiu produzir, a partir da raiz da batata doce mexicana, a primeira progesterona sintética.

Em 1953, dois investigadores, Gregory Pincus e Min Chueh Chang, efectuaram experiências em coelhos que provaram que a progesterona inibia a ovulação. Destas passaram a estudos com mulheres e depois foi adicionada à composição a hormona de estrogénio, de forma a regular o ciclo menstrual. Os resultados foram apresentados em 1956, numa reunião de investigadores.

Portugal foi um dos países pioneiros na aceitação da pílula, corria o ano de 1962, dois anos depois de ter sido aprovado pela Food and Drug Administration ao mesmo tempo da Alemanha e depois da Grã-Bretanha e da Holanda, na Europa e da Argentina, Austrália e Indonésia.

Mas o medo não estava de todo dominado e algumas noticias relacionavam as doses de estrogénio com o risco de doenças tromboembólicas.

Isto levou a que fossem iniciados estudos científicos para controlar os efeitos da pílula, que vieram a contribuir para o progresso da contracepção e que envolveram milhares de mulheres da Grã-Bretanha e dos EUA. Deste estudo resultam pílulas com valores mais baixos de estrogénio, e a aplicação de desogestrel, um novo progestagénio, o que reduz o risco de tromboses e de problemas cardiovasculares.

Actualmente a pílula é utilizada por cerca de 70 milhões de mulheres, com predominância para os países em vias de desenvolvimento. Em Portugal, a percentagem de mulheres que utilizam este método é de 32%, colocando-se acima de países como a França, a Espanha e a Itália e a Áustria é o país onde mais mulheres utilizam a pílula.

A pílula permitiu libertar a mulher para a sexualidade sem o medo da contracepção, uma das bases para a revolução sexual que teve lugar na década de sessenta.

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