Em Portugal, de acordo com a APCOI, uma em cada três crianças sofre de excesso de peso ou de obesidade. A obesidade é um problema grave de saúde nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, sendo considerada um dos maiores desafios de saúde publica do inicio do seculo XXI.
A obesidade infantil
Além de doença crónica, a obesidade é um fator de risco para outras doenças como hipertensão, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, certos tipos de cancros e problemas psicossociais.
Para as crianças e adolescentes em particular, estar com sobrepeso ou obesidade, significa estar mais sujeito ao bullying e outros tipos de discriminação, o que poderá ocasionar problemas de auto estima e quebra no rendimento escolar. Por isso é de extrema importância a prevenção e o tratamento da obesidade em crianças.
Menos de 5% dos casos de obesidade infantil deve-se a doenças endocrinológicas, a principal causa de obesidade é a alimentação inadequada e ou ausência de atividades físicas.
O principal responsável pela prevenção da obesidade infantil é a família, afinal de contas é nela que os primeiros hábitos alimentares são formados, e a atividade física é estimulada.
Tratamento nutricionais onde os pais são os principais agentes de mudanças mostram melhores resultados que tratamentos individualizados de crianças.
Assim a criança não se sente marginalizada, o processo de adequação à alimentação saudável fica mais agradável.
Algumas medidas devem ser adotadas por familiares que desejam prevenir ou tratar crianças com obesidade, segue abaixo algumas dessas orientações.
Inicialmente deve deixar-se claro que limitar o consumo de alimentos ricos em gorduras e açucares é percebido como uma restrição dietética, que pode levar ao aumento da preferência por estes alimentos quando a restrição for retirada, a alternativa é estimular o consumo de alimentos ricos em nutrientes tais como frutas e verduras.
As refeições devem ser preparadas de forma a que possam ser saboreadas por toda a família, e devem ser servidas em porções controladas em vez de travessas, para prevenir o consumo de grandes quantidades, dando sempre prioridade, no inicio da refeição, a saladas cruas.
Alimentação infantil
A criança não deve ser criticada por escolhas alimentares consideradas erradas e sim estimulada a escolher alimentos saudáveis, as escolhas saudáveis devem ser sempre elogiadas. O foco deve ser sempre o que a criança deve comer e não o que ela não deve comer.
A melhor forma de estimular a criança a ter uma alimentação saudável e tomando atitudes que sirvam de exemplo, por isso alimentos como fast-food ou alimentos que tem o consumo restrito a crianças, não devem ser consumidos e nem se deve usar alimentos não saudáveis como doces para presentear a criança por bom comportamento.
Já em relação à recusa das crianças a alimentos, principalmente vegetais, não significa que a criança não goste daquele alimento, é necessário oferecer o alimento por varias vezes, confeccionado de formas diferentes (alguns estudos apontam que o alimento deve ser oferecido de 12 a 15 vezes), até a criança decidir experimenta-lo, isso deve suceder sempre pela oferta e não forçando a criança a comer.
Finalmente, destaque-se também a necessidade de um nutricionista para orientar a família quanto aos procedimentos alimentares a serem adotados, um acompanhamento nutricional auxilia na mudança de hábitos e faz com que esse “momento” seja algo agradável tanto para a criança como para os familiares.
Quanto mais cedo a criança iniciar a reeducação nutricional menos ela sofrerá os danos causados pela obesidade.
Juliana Lima